O
soberano Amazonas
Quando
menino morava no sertão cearense, uma região muito seca e lembro-me de uma
grande estiagem quando levávamos o gado a um barreiro para beber água a algumas
léguas da casa onde morávamos. Era tudo que tínhamos para oferecer ao gado que restava,
era também o que dispúnhamos para o consumo em casa. Lembro-me do meu pai com
os olhos marejados afirmando que o Amazonas era a terra mais rica do mundo em
água e minérios, culpava seu avô por não ter vindo para o Amazonas, quando
migrou para o Brasil, preferindo Pernambuco onde moravam alguns parentes, também
judeus. Cresci ouvindo falar que o Amazonas é uma reserva para o Brasil, onde se encontra
uma riqueza imensurável. Até 1999 quando morreu, meu pai falava do
Amazonas como um lugar próspero e de grande futuro, podendo até se transformar
numa poderosa nação, se assim quisessem seus habitantes, hoje, refletindo suas
palavras vejo que ele tinha uma extraordinária visão do futuro. Passaram-se
cinquenta anos e vejo alguns maus brasileiros preparando o Amazonas para
entregá-lo para as potências mundiais. Esse entregar significa; travar seu desenvolvimento social, cultural,
científico e tecnológico, isolar o território do Amazonas por comunicação,
logística e cultura, isso é apenas parte de um projeto criminoso, cujo objetivo
é o acolhimento daqueles que não têm mais aonde viver divididos por guerras e
outras desgraças que assolam o planeta, infortúnios causados por eles mesmos,
induzidos pelo poder e ganância de dominar os mais fracos, e o enriquecimento
ilícito de poderosos grupos que manipulam a política no Brasil. Se esse
pensamento se materializar, todos que foram partícipes em desmandos da coisa
pública brasileira ou se omitiram, responderão pelas consequências abissalmente
desastrosas, cabendo às autoridades futuras
julgar seus atos de traição à pátria com o rigor da Lei. Meu pai havia
participado da coluna Prestes, e junto a alguns militares e civis amantes do
Brasil, coisa rara nos dias atuais, conheceu a realidades desse continente
verde que é a Amazônia. Ele afirmava que o Amazonas não precisa de tutor para
existir por ser uma região que têm tudo que uma nação precisa para ser nação. Eu
tinha um sonho; conhecer o Amazonas. Era um projeto que guardava só para mim
por achar que seria uma conquista muito difícil. Realizei o sonho e quando aqui
cheguei procurei me integrar à região conhecendo sua cultura, fauna e flora,
confirmando, assim, o pensamento do meu pai, e hoje como observador
acompanho o desenvolvimento da região em seus principais segmentos,
principalmente no Amazonas, lugar que escolhi para viver e amar. O Amazonas tem
uma incalculável riqueza, em minérios, inclusive minérios estratégicos, o
nióbio, que falam da sua retirada do país ilegalmente da sua maior reserva em
Roraima, tem gás e petróleo, a maior reserva de água do mundo e a maior biodiversidade
do planeta. Então, o Amazonas fazendo parte da República Federativa do Brasil
merece, e tem por direito promover seu
desenvolvimento, e ninguém pode impedir seu progresso. No meu entendimento o
Amazonas teve quatro grandes conquistas; A extração do látex, a Zona Franca de
Manaus, o aeroporto Eduardo Gomes e o Comando Militar da Amazônia, onde três
delas foram concedidas pelo regime militar. Se inimigos da pátria não
tivessem abandonado a transamazônica, a BR 319, trabalho inicial do regime
militar e mal administrado por alguns políticos carentes de moral e ética, o
Amazonas estaria numa situação privilegiada no contexto nacional. Tenho
noticias que quando um investidor se dispõe a realizar um projeto industrial no
Amazonas é inibido por interesses do sul e sudeste do país, ficando para o
Amazonas apenas as sobras. E aí, esses mesmos grupos contrários ao Amazonas falam
na preservação da floresta. Falam da devastação da floresta e eles mesmos a
queimam no sul do Amazonas, fazendo campo para a cria de grandes rebanhos. Porque
não é o nosso caboclo que destrói a flora e a fauna, ele apenas faz um roçado
para plantar mandioca e caça um tatu para saciar a fome. Temos todas as riquezas
já citadas, mas para muitos que moram no Amazonas não têm acesso às riquezas que o outro Brasil
dispõe para seus habitantes, pois falta escola, comunicação, logística, portos,
estradas, aeroportos e muito mais. Então, temos tudo que uma nação precisa
possuir para ter um grande desenvolvimento; Por que não podemos ser uma grande
nação?Por que não acordamos? Porque não deixamos o Brasil rico seguir seu
caminho em paz? Porque não seguimos nossa própria direção dividindo a riqueza
desse continente verde, com o índio, o ribeirinho e todos nós, caboclos da
Amazônia? Precisamos pensar. Pensar bem, penetrando fundo na nossa consciência,
examinando bem direitinho se a solução é permanecermos de cabeça baixa tais
ovelhas de rebanho.
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