Antonio Albuquerque
Outubro 2015
Felicidade
Aproveitei
o domingo para visitar o centro de Manaus, com o sol ameno caminhei pela
Avenida Eduardo Ribeiro admirando o Teatro Amazonas, Palácio da Justiça e
alguns prédios antigos bem conservados. Bem conservados pelo menos nessa
Avenida porque em outras ruas as autoridades precisam olhar com mais amor. A
arquitetura desses prédios antigos lembra a história dessa extraordinária
cidade erguida no meio da grande floresta amazônica. Essa antiga arquitetura
nos transporta aos bons tempos da cidade
da borracha do século passado.
Queria chegar à parte baixa da cidade a margem
do caudaloso Rio Negro, ao antigo porto da MANAOSHARBOR. Escolhi um bom lugar junto
às embarcações onde eu pudesse observar o movimento no porto onde embarcavam
passageiros para os mais diversos rincões do interior. O embarque, desembarque
e o vai e vem das pessoas me trouxeram saudosas lembranças de Manaus quando
ainda era uma pequena cidade composta por pessoas felizes, alegres e
acolhedoras. Abstraído em pensamentos sentia que os viageiros das embarcações buscavam
a felicidade ou pelo menos a esperança de serem felizes. Por certo que sim, porque
quem tem apenas a esperança de ser feliz fica melhor de que quem nem a isso tem,
mas creio que muitos moradores dessa linda cidade são felizes.
O
certo é que nós queremos a felicidade, mas alguns ainda não sabem onde
encontrá-la. E se todos querem encontrá-la é porque com ela já possuíram alguma
experiência no passado. Não a encontramos facilmente porque ela mora num
recôndito lugar de difícil acesso da nossa memória, porém acessível quando a
buscamos verdadeiramente. Então, estou convicto que com ela tive alguma
experiência, sendo essa a razão de querê-la e amá-la tanto. Quando sinto
tristeza lembro-me da alegria passada, e quando me sinto infeliz lembro-me da
felicidade que traz a alegria. Quando a alegria me é causada por ações ruins, à
lembrança me constrange, mas quando causada por ações virtuosas sinto saudade.
Então, a alegria é um sentimento que está na nossa memória e a reconhecemos quando
estamos felizes. Com o pensamento banhado de ternura e saudade, estou feliz por
poder admirar esse cenário rico em beleza e história. Os viageiros com suas
redes atadas no convés das embarcações contemplam o indômito Rio Negro, suas
várzeas, e a floresta com suas belezas e
seus encantos. Estão felizes e nem percebem porque a alegria e a felicidade
caminham juntas, não podemos vê-las nem senti-las, pois o sábio é aquele que
acha a si mesmo e que acha a felicidade em si mesmo.
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