quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Felicidade


Antonio Albuquerque

Outubro 2015

Felicidade

Aproveitei o domingo para visitar o centro de Manaus, com o sol ameno caminhei pela Avenida Eduardo Ribeiro admirando o Teatro Amazonas, Palácio da Justiça e alguns prédios antigos bem conservados. Bem conservados pelo menos nessa Avenida porque em outras ruas as autoridades precisam olhar com mais amor. A arquitetura desses prédios antigos lembra a história dessa extraordinária cidade erguida no meio da grande floresta amazônica. Essa antiga arquitetura nos transporta aos bons tempos da cidade  da borracha do século passado.
 Queria chegar à parte baixa da cidade a margem do caudaloso Rio Negro, ao antigo porto da MANAOSHARBOR. Escolhi um bom lugar junto às embarcações onde eu pudesse observar o movimento no porto onde embarcavam passageiros para os mais diversos rincões do interior. O embarque, desembarque e o vai e vem das pessoas me trouxeram saudosas lembranças de Manaus quando ainda era uma pequena cidade composta por pessoas felizes, alegres e acolhedoras. Abstraído em pensamentos sentia que os viageiros das embarcações buscavam a felicidade ou pelo menos a esperança de serem felizes. Por certo que sim, porque quem tem apenas a esperança de ser feliz fica melhor de que quem nem a isso tem, mas creio que muitos moradores dessa linda cidade são felizes.
O certo é que nós queremos a felicidade, mas alguns ainda não sabem onde encontrá-la. E se todos querem encontrá-la é porque com ela já possuíram alguma experiência no passado. Não a encontramos facilmente porque ela mora num recôndito lugar de difícil acesso da nossa memória, porém acessível quando a buscamos verdadeiramente. Então, estou convicto que com ela tive alguma experiência, sendo essa a razão de querê-la e amá-la tanto. Quando sinto tristeza lembro-me da alegria passada, e quando me sinto infeliz lembro-me da felicidade que traz a alegria. Quando a alegria me é causada por ações ruins, à lembrança me constrange, mas quando causada por ações virtuosas sinto saudade. Então, a alegria é um sentimento que está na nossa memória e a reconhecemos quando estamos felizes. Com o pensamento banhado de ternura e saudade, estou feliz por poder admirar esse cenário rico em beleza e história. Os viageiros com suas redes atadas no convés das embarcações contemplam o indômito Rio Negro, suas várzeas, e a floresta  com suas belezas e seus encantos. Estão felizes e nem percebem porque a alegria e a felicidade caminham juntas, não podemos vê-las nem senti-las, pois o sábio é aquele que acha a si mesmo e que acha a felicidade em si mesmo.



 


 


 

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