A canoa fez água
Visitar
lugares e lembrar-se de vivências passadas às vezes pode ser doído, mas
geralmente traz boas alegrias. Quando o visitante não encontra no local uma
pessoa para comentar, fica sozinho a sonhar,
se alegrar e até sofrer quando as lembranças trazem alguma dor. Gosto de fazer
incursões pela cidade de Manaus e ontem visitei Educandos, Baixa da Égua e
Panair, pané como muitos conhecem. Na orla do Educados estacionei o carro e
fiquei observando o movimento das águas e o navegar das embarcações nas águas
escuras do impetuoso Rio Negro. Também pensando como será maravilhoso, um dia
as autoridades construírem uma ponte ligando Manaus ao município do Castanho, e
sobre o encontro do Negro com o Solimões, um mirante bem estruturado com
estacionamento e restaurantes. Certamente
será uma forma de incentivar o turismo tão minguado numa cidade importante como
Manaus, construída no meio da selva banhada pelos maiores rios do
mundo.
Meus
pensamentos traziam ideias fantásticas para minha mente quando me lembrei de
uma história que o amigo, Mestre Lucas me contou quando ali estivemos bem
próximo do dia em que Deus o levou para o céu. Então, um primo de Mestre Lucas;
rapaz forte e bom nadador, recém-chegado do interior planejou ir à cidade de
Iranduba e, por teimosia quis atravessar o Rio Negro em uma canoa. Por Lucas foi
aconselhado a desistir da ideia, mas sendo teimoso não ouviu os conselhos do
primo e empreendeu sua excursão sem pensar nas consequências que poderiam advir
segundo Mestre Lucas não foram boas. Seu nome era Porunga. (bonito)
Era
outubro, sol quente com uma elevada temperatura, Purunga remava com altivez,
aos quarenta minutos de peleja sacou fora a camisa e a calça, precisava sentir
algum frescor no seu corpo quente e queimado pelo sol abrasador. Cansado, sentindo
ardor nas mãos e com o corpo doido pelas queimaduras, não havia chegado nem
próximo do meio do rio. Algumas
embarcações passavam sinalizando alguma coisa e Purunga pensava serem aplausos
pela grande bravura, mas os que passavam chamavam sua atenção para um visível
buraco na canoa. Purunga percebeu, mas já era tarde, a canoa estava prestes a
ir ao fundo e ele pensou que nadando sem a calça seria melhor e ficou apenas de
cueca.
A
canoa afundou e Purunga ao pular n’água também perdeu a cueca. Nadou alguns metros,
sendo socorrido por uma patrulha da Policia fluvial que o prendeu por atentado
ao pudor. Em seguida Purunga, e agora também pelado foi conduzido ao distrito e
autuado na forma da Lei, E pagando fiança foi solto.
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