segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Santuário


Antonio  Albuquerque

2007
Santuário

No alto o sol brilhava espargindo raios dourados tal uma manopla de fogo. Em seus ouvidos o doce rumor da água batendo nas pedras de uma cachoeira e o chiar de espumas crepitantes soltas no espaço formando um arco-íris de radiante boniteza. Pássaros coloridos voando tangidos pelo suave vento, e fervilhantes folhas e flores atapetando a terra vermelha enfeitada por cristais translúcidos. Caure se deparou com um rico santuário numa extensa planície formada por milhares de espécies de plantas medicinais e diversos animais que formavam a fauna e a flora desse lugar paradisíaco. Com plantas,  água, animais e insetos Caure falava e ouvia suas histórias. Ao contemplá-las ele sentiu uma imensa alegria e, não se contendo com tanta beleza exclamou:

Floresta, sublime inspiração,

Da natureza esplendorosa criação

Arco-íris, seiva das belezas da vida,

Fonte de brilho, encanto e pureza.

Favorece o equilíbrio das matas

Guarnecendo as lindas cascatas

Floresta, firme cores da natureza.

Branca pureza imaculada

Azul cor do infinito

Verdes árvores de tuas matas

Amarelo das rosas e flores

Tela da natureza infinita grandeza

Símbolo de resistência e magia

Esperança real deste céu

Deste rio-mar

Desta terra retumbante

Depósito energético que a natureza encerra

Nas folhas, flores, caules, verticilos.

A brisa que sopra na folhagem

Conta mil segredos para a flor!

A natureza que acolhe e encanta

Diz serem tais, cantos de amor!

Tuas matas a natureza sente

Vibra, embeleza e emana chama ardente.

De singeleza, plasma eterno fulgor.

No trunfo imortal do soberano amor!

Floresta do rei Sol és filha

Luz pura e sublime formosíssimo puro amor

Transportando raios coloridos em águas cristalinas

A esperá-los nos rio igapós, igarapés.

Nas relvas das várzeas, coloridas.

Floresta do Sol recebe luz e calor

Pujante beleza, emoldurado vigor.

Da lua, acalma o sereno em forma de luz.

Alentando tuas plantas, da natureza.

A sublime vida eterna existência, a água!

Bendito o verde coruscante

Consagrada seja floresta guardiã do solo amado

Abafa o grito de dor da madeira ferida

Que a natureza te perpetue salutar!

Devolva-te todo o porte e a eterna magia

Recupere a árvore extraída...

O animal caído na mão do predador

Continue oxigenando a vida

Nossa abençoada remição.

Diante de um belo cenário, Caure iniciou um sábio diálogo com as plantas medicinais:

Olá, quem é você?

Meu nome é Urucum, combato o colesterol ruim e a gordura no sangue, minha semente quando transformada em corante adquire propriedade repelente afastando alguns insetos indesejáveis. Nasci na Amazônia, mas posso viver em outros lugares para onde a natureza determinar.

 Dessa forma, outras plantas foram se apresentando. Trovão preguiçosamente dormia à sombra de uma samaúma enquanto seu dono arduamente trabalhava para conhecer a serventia de plantas medicinais que ainda não conhecia.

Com  semblante de cansaço e preguiça por nada fazer, Trovão se aproximou dizendo...

 

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